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Terça-feira, Abril 16, 2024

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Montemor-o-Novo, a cidade alentejana onde se travaram batalhas pela nacionalidade e a liberdade

Existem inúmeras cidades no nosso país que atraem imensos turistas estrangeiros. Felizmente, muitos desses turistas desconhecem outras cidades, menos populares, mas igualmente históricas e fascinantes, deixando para nós, que aqui vivemos, o poder de apreciar a sua beleza quando bem entendemos.

Existem muitas cidades que apresentam grande riqueza. Conjugam beleza natural, monumentos, boa gastronomia, pessoas acolhedoras e um conjunto de atrações que as torna particularmente interessantes, únicas. Uma dessas cidades é Montemor-o-Novo. Se ainda não visitou esta cidade fique a conhecê-la um pouco melhor. Trata-se de um destino que merece uma visita. Descubra os diversos encantos de Montemor-o-Novo, uma cidade com muito para se conhecer.

Montemor-o-Novo situa-se no coração do distrito de Évora, no Alentejo e, ao visitar esta cidade, podemos também visitar um pouco da história do nosso país.

Montemor-o-Novo conjuga o passado e o presente de forma harmoniosa. Esta cidade testemunhou diversos momentos históricos relevantes.

Montemor-o-Novo serviu como palco de batalhas pela nacionalidade e liberdade. Eis alguns episódios históricos emblemáticos:

– A área de Montemor-o-Novo regista ocupação humana desde o paleolítico superior.

– A povoação neste território surge entre o período de ocupação muçulmana e a reconquista cristã.

– Afonso Henriques reconquistou este território em 1160.

– No entanto, em 1190, este território foi saqueado e incendiado pelos Mouros.

– Em 1201, foi D. Sancho I a dar importância ao território, quando melhorou as suas fortificações originais.

– Em 1203, D. Sancho I concedeu-lhe foral. Na época, este território fazia fronteira com o território ocupado pelos mouros. Portanto, tinha um papel relevante.

Por isso, havia a necessidade de povoar e defender esta linha de fronteira. Eram 12 hectares de zona que se encontrava já muralhada e protegida do inimigo.

– Em 1218, D. Afonso II confirmou o foral.

– No século XIII, a população foi, lentamente, saindo da zona muralhada (cerca da vila), continuando nos séculos seguintes.

As pessoas foram habitando uma zona mais abaixo, no arrabalde. Apesar dos alcaides e até os monarcas terem realizado várias medidas para suster essa migração, de nada adiantou.

Por isso, já não havia ninguém a viver dentro da cerca no século XVI.

– Foi aqui que ocorreu a 1ª discussão pública oficial sobre a viagem marítima à Índia. Esse momento histórico aconteceu em Montemor-o-Novo, no ano de 1495. D. Manuel I convocou as cortes de Montemor após ter sido aclamado rei, visando tratar de assuntos de estado.

– Nestas cortes, manifestava-se a opinião pública contrária sobre o empreendimento planificado por D. João II que visava descobrir uma rota marítima para a Índia.

– No entanto, D. Manuel I decide enviar Vasco da Gama numa expedição marítima até à Índia.

Apesar da opinião contrária da generalidade dos conselheiros da corte ser contrária a essa posição, o monarca toma essa decisão importante em Montemor-o-Novo. Vasco da Gama partiu no dia 9 de julho de 1497, tendo chegado a Calcutá no dia 20 de maio de 1498.

 

A cidade de Montemor-o-Novo tem como principais atrações:

Castelo de Montemor-o-Novo – Este edifício é o original recinto da primitiva vila e urbe de Montemor. Segundo consta, este castelo terá sido conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques, o fundador do reino português, o que aconteceu pouco depois de 1166. A zona muralhada começou a ser abandonada a partir do século XVI.

Posteriormente, a Câmara e outros edifícios da administração local são transferidos no século XVIII. No ano de 1758, já pouco mais restava do que as Igrejas, o Palácio dos Alcaides e o Convento da Saudação.

 

Convento de Nossa Sra. da Saudação – Este convento foi construído no início do século XVI. A construção foi da responsabilidade da Ordem Dominicana.

No ano de 1874, surge a extinção dos conventos em Portugal. Por isso, o edifício passou para a posse do Estado.

Neste espaço, instalou-se o Asilo Montemorense da Infância Desvalida. Esta instituição permaneceu por aqui até aos anos 60 do século XX.

Atualmente, este edifício aloja o serviço de património cultural da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo. Também se encontra nestas instalações o Espaço do Tempo / Centro Coreográfico Rui Horta.

 

Igreja da Misericórdia – Este templo foi fundado no início do século XVI. A igreja da Misericórdia apresenta um portal de estilo manuelino, feito de mármore branco. Este portal conduz-nos ao interior da igreja.

Por aqui, é possível observar um belo conjunto de pinturas oitocentistas que retratam a Missão da Misericórdia.

 

Antigo Convento de São João de Deus – Este conjunto arquitetónico inclui ainda a igreja e a cripta de São João de Deus. Em termos arquitetónicos, a igreja revela-se um ótimo exemplar da arte portuguesa do século XVII, conjugando uma austeridade exterior intencional e a funcionalidade do espaço, com um interior de grande beleza. Ela é facilmente alcançada por causa da talha barroca e rococó, por causa dos painéis de azulejo e da pintura do teto.

Este templo é, atualmente, a Igreja Matriz de Montemor-o-Novo. Os seus anexos encontram-se separados do edifício conventual. Foram realizadas as devidas adaptações funcionais para integrar no espaço a Biblioteca Municipal e a Galeria de Exposições.

 

Paços do Conselho – A Câmara Municipal encontra-se a funcionar neste edifício desde o ano de 1745, desde o momento em que se transferiu do edifício dentro da zona do castelo.

No interior desta construção, é possível observarem-se os painéis de azulejos da escadaria principal da autoria de Querubim Lapa e do Salão Nobre da autoria de Leopoldo Battistini. Os painéis de azulejos foram pintados em 1934.

 

Mercado Municipal – Este edifício é do século XX. O Mercado Municipal foi construído para criar melhores condições aos vendedores e assegurar uma melhor experiência aos compradores.

As paredes exteriores deste edifício encontram-se revestidas de painéis de azulejos com cenas de profissões tradicionais.

O Mercado Municipal tem um funcionamento diário. No entanto, é aos sábados de manhã que a maioria dos produtores locais ali marca presença.

 

 

Fonte: NCultura

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